O Município de Jussara deixará de plantar/colher um milhão e
cem mil sacas de feijão/soja na safra 2017, com os embargos à lavoura irrigada,
provocando prejuízos na economia, inclusive com queda na oferta de empregos.
Mais de 510 famílias foram desempregadas com os embargos nas
propriedades dos agricultores de Valter Santana Rebouças (Baiano) e parceiros,
e Luzenrique Quintal. Oito propriedades embargadas deixarão de recolher R$ 3,5
milhões em ICMS no Município.
A Fazenda Santa Rita do Araguaia é a maior geradora de
empregos e de tributos para o município de Jussara. O embargo das atividades
que ocorrem desde dezembro do ano passado, gera inúmeros prejuízos para toda a
sociedade.
FALHAS SANÁVEIS
“Se tiver algo errado, uma irregularidade ou outra, que
notifique e dê o prazo para que seja regularizado. O que não pode é acabarem
com a produção de alimentos na região, empregos, produção e arrecadação de
impostos importantes para o desenvolvimento”, disse Luzenrique Quintal, que
destaca o uso de apenas de 0,1% quatro meses no ano, da água do Rio Araguaia.
A propriedade tem as licenças ambientais para as atividades
de irrigação, conforme documentos apresentados pelo agricultor.
“Os produtores de
alimentos estão sendo criminalizados.”
De acordo com manifesto de prefeitos da região e da
Associação dos Produtores do Vale do Araguaia de Agricultura – APROVA
SUSTENTÁVEL, “os agricultores são os primeiros interessados na lavoura irrigada
sustentável, sabem que tem de zelar pelo meio ambiente sob pena de inviabilizar
o próprio negócio no futuro próximo”. O documento questiona “a fiscalização das
fazendas sem qualquer orientação técnica sobre eventuais irregularidades
encontradas e providências sanáveis, com as multas e embargos enviados pelos
Correios via AR”.
As autoridades representativas na região estão preocupadas,
os prefeitos se mobilizam através de manifesto que será entregue ao governador.
A Câmara de vereadores de Jussara foi palco de debate para discussão do tema.
Os vereadores defendem a lavoura irrigada com projetos sustentáveis do ponto de
vista econômicos e ambiental. “A economia do município entrará em crise, um
grande retrocesso para a nossa comunidade”.
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
O projeto de captação de água na Fazenda Santa Rita prevê
uma espécie de “gatilho” para proteção ambiental: Caso o nível da água do rio
chegue a 3 metros de altura, a captação, que é feita por gravidade, é suspensa
automaticamente, garantindo que apenas 0,1% da água seja captada. Basicamente
se trabalha com o excesso da água sem danos ambientais.
O plantio de 150 mil mudas de espécies nativas é outro
projeto em andamento, sendo que as primeiras 50 mil mudas previstas já foram
plantadas.
“O maior dano ao Rio Araguaia, na verdade, é provocado pela
navegação com barcos e mesmo Jet ski, que ao provocarem as marolas que batem
nas margens/barrancos provocam o assoreamento do rio, árvores caem, e ainda
jogam óleo e lixo nas águas”, mostra um agricultor.
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