A Operação deflagrada pela Polícia Federal na última semana
tomou conta dos noticiários. Cada operação um setor da indústria nacional é
desmontado.
Em seu caminho, a Operação Lava Jato foi arrasando a
Petrobras, com o objetivo de concluir a privatização que FHC iniciou; a
Odebrecht, para entregar o mercado brasileiro e os nichos que ela havia
conquistado no exterior para as empresas estrangeiras; o desenvolvimento da
indústria nuclear, naval, entre outras. A Lava Jato é a operação golpista por
excelência, que tocou nos ramos mais vitais da economia brasileira que também é
a que o imperialismo mais deseja dominar.
A “Carne Fraca” é um desenvolvimento do ataque do
imperialismo à indústria nacional. A JBS e a BRF são as principais empresas do
setor e disputam há anos o mercado nacional. Elas tiveram enorme crescimento
durante os governos do PT, que aumentou o investimento estatal, por meio do
BNDES.
Com isso, o Brasil se tornou líder mundial em exportação de
carne bovina e de frango. A JBS tem 200 mil funcionários; é o maior frigorífico
do mundo e exporta para 150 países. Já a BRF
exporta para 120 países e domina 14% do mercado mundial de aves.
A grande preocupação das empresas, e expectativa dos outros
dois grandes exportadores de carne, Estados Unidos e Austrália, é que a
Operação cause um sério abalo à posição conquistada no mercado internacional.
As denúncias ocorrem em um momento em que, embora tenha
sofrido uma perda nos lucros, as empresas estão procurando expandir sua atuação
para ainda mais países, inclusive os próprios Estados Unidos, e não um momento
de declínio, o que deixa evidente que se trata de uma operação comercial que
tem como objetivo derrubar um competidor.
Enquanto jornais norte-americanos, como o New York Times,
torcem pela queda da indústria de carnes brasileira, a União Europeia, grande
compradora dos produtos, ameaça restringir a entrada da carne brasileira. As
Associações agro-pecuaristas já consideram que a operação levará o setor à
maior crise da sua história.
A Polícia Federal e a Justiça agiram rápido. Prenderam um
diretor da BRF nesse sábado, bloquearam bens dos investigados e cumpriram mais
de 300 mandados judiciais no que é considerada a maior operação da história da
Polícia Federal, envolvendo mais de mil policiais.
A imprensa capitalista faz o “marketing” da operação, cujo
foco não é a corrupção, como no caso da Lava Jato, mas a adulteração dos
produtos, o uso de produtos químicos e a venda de carne vencida. Tais denúncias
só podem ter como resultado a demolição desse setor da indústria. O que
significa a perda da liderança do Brasil no ramo, a destruição dessas empresas
gigantescas, o fechamento de fábricas, milhares de demissões e uma crise enorme
no campo brasileiro.
É evidente que a Polícia Federal não está causando tamanho
estrago em razão da corrupção e pela
preocupação com o bem-estar da população.
Os maiores interessados nos efeitos da operação são os
Estados Unidos, um dos países que competem com o Brasil pela liderança desses
mercados e que está ávido por dominar todos os nichos ocupados hoje pelas
empresas brasileiras.
Junto com o ataque às empresas, está o ataque ao próprio
PMDB, já mencionado como responsáveis nos esquemas de corrupção. O golpe
caminha no sentido de tirar o PMDB e colocar setores mais ferozmente
pró-imperialistas.
Fonte: CAUSA OPERÁRIA
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