Produzir alimentos suficientes para uma população estimada
em 9 bilhões de pessoas em 2050 e ao mesmo tempo preservar a natureza é o
grande desafio da agricultura mundial deste século. Pelas estimativas da
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o mundo
terá de aumentar em 70% sua produção agrícola nos próximos 40 anos para evitar
uma grave crise alimentar e a escalada da fome.
Na avaliação de representantes do agronegócio brasileiro, é
importante que o setor transforme as questões ambientais em uma agenda positiva
em favor de uma produção mais eficiente, de maior qualidade e capaz de limitar
a expansão das fronteiras agrícolas. Com os novos tempos, produtores brasileiros,
que nas últimas décadas investiram na formação de uma agricultura
especializada, devem encarar como oportunidades de negócios a recuperação de
áreas de proteção ambiental e os investimentos na diversificação de suas
propriedades.
Luzenrique Quintal mostra cuidado com a preservação ambiental |
FAZENDA SANTA RITA DO ARAGUAIA
Um projeto de produção de alimentos com lavoura irrigada
implantado no oeste goiano, numa área degradada anteriormente por pastagens
desordenadas, recupera margens de lagoas e represas, nascentes e matas ciliares
com plantio de 150 mil mudas de espécies nativas da região, das quais 50 mil já
plantadas. Uma produção interrompida de forma equivocada com embargos, prevista
para 500 mil sacas de feijão/soja em 2017.
Essa é a preocupação no meio agrícola em Jussara, outras
oito propriedades embargadas, mais de um milhão de sacas de grãos deixarão de
serem produzidos, numa ação que caminha na contramão do desenvolvimento da
tecnologia de produção sustentável de alimentos.
Antes um orgulho na região, empreendimento gigantesco
gerador de ICMS, empregos e fomentador da economia, agora instrumento de
desemprego e retrocesso no desenvolvimento do Município.
PRESERVAÇÃO DO RIO ARAGUAIA
A defesa do meio ambiente, a preservação do Rio Araguaia é
questão intocável, não há o que se discutir, é questão fechada para a qual
convergem todos os interesses. Licenças ambientais, ações efetivas para
recuperação de áreas antes degradadas por pastagens, e a sustentabilidade do
projeto, fazem parte do projeto de lavoura irrigada que utiliza 0,1% das águas
do Rio Araguaia, quatro meses ao ano, por meio de arrojado projeto de captação
por gravidade que possui uma espécie de “gatilho” para proteção ambiental: Caso
o nível da água do rio chegue a 3 metros de altura, o que não ocorre, a captação
é suspensa automaticamente, e que chega aos pivôs por meio de um canal de cerca
de oito quilômetros de extensão.
REDUÇÃO DA PRESSÃO PELO DESMATAMENTO
Considerando o uso da irrigação nas áreas já cultivadas
anteriormente como sequeiro, a agricultura irrigada promoverá o aumento da
produtividade, redução da pressão pelo desmatamento de novas áreas, produção
agrícola com maior qualidade e maior valor agregado, redução dos riscos de
perda de safra pela seca, além de potencializar a geração de empregos estáveis
e renda para a população rural.
EQUÍVOCO NA CRIMINALIZAÇÃO DOS AGRICULTORES IRRIGANTES
De acordo com estudos técnicos, não há riscos para o Rio
Araguaia, todos os cuidados foram tomados para atender a legislação ambiental.
O assunto ganha exposição na mídia formadora de opinião, com criminalização dos
agricultores irrigantes, no entanto outros oito projetos embargados sem
utilização águas do Rio Araguaia, sequer são mencionados, uma ação equivocada
que ganha vitrine de forma equivocada em defesa do meio ambiente.
Toda ação do homem para ao longo de sua existência provoca
danos ambientais, é preciso equilíbrio moderado, e buscar respostar sensatas
para as questões colocadas: preservar as águas e não produzir alimentos,
produzir alimentos e acabar com as águas, ou preservar as águas e produzir
alimentos. A resposta parece clara, sem meios termos.
PROJETOS NECESSITAM DE SUPORTE ENERGÉTICO
Estudos mostram que existe demanda reprimida por falta de
energia elétrica para concretizar os projetos de irrigação. Em Goiás, o
problema acontece cada vez com maior freqüência, há locais em que não há rede e
outros onde há a rede, mas não a carga. “Há produtores que fazem o investimento
do próprio bolso, arcando com um custo muito maior, para levar a energia
elétrica, do que para implantar a irrigação propriamente dita”, afirmou à Safra
– Revista do Agronegócio o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de
Irrigação da Abimaq, Alfredo Teixeira Mendes.
75% DA ÁGUA NO BRASIL É USADA PARA IRRIGAÇÃO, DIZ ANA
Levantamento da Agência Nacional de Águas (ANA) aponta que,
no Brasil, 75% de toda vazão de água consumida é utilizada por sistemas de
irrigação. O índice – acima da média mundial de 70% – coloca o País entre os
que mais consomem o recurso para este fim.
Dado o grande consumo do segmento – que historicamente
depende da chuva e de técnicas de irrigação rudimentares, como a inundação – a
busca por formas mais eficientes de uso de água é incessante. E, segundo o
mesmo levantamento da ANA, um tipo de irrigação agrária tem ganhado cada vez
mais usuários: o pivô central. Entre 2006 e 2014, houve crescimento de 43,3% na
área irrigada por esse sistema, que hoje é o método que detém a maior proporção
de novas outorgas emitidas pela ANA: 30,1%.
Quem adota o pivô central localizado, por exemplo, fala em
economia de água graças a precisão do sistema, que funciona até guiado por
aplicativo no smartphone (controla-se o volume do recurso utilizado e o local
da aplicação com exatidão).
NÚMEROS
O Cadastro do Irrigante, desenvolvido pela Secretaria da
Agricultura, Pecuária e Irrigação, do Governo de Goiás, fornece números
surpreendentes. A dinâmica das chuvas é apresentada nos estudos. Houve no
período uma precipitação de 1.588 milímetros, havendo uma evapotranspiração de
588 mililitros, escoamento de 472 mililitros, infiltração de 394 mililitros no
lençol freático. O total de usuários por bacias hidrográficas: Araguaia, 199;
Paranaíba, 2.027; São Francisco, 205; e Tocantins, 634.
ÁREA IRRIGADA PODE CRESCER EM ATÉ 10 VEZES, DIZ ESTUDO
O Brasil tem potencial para expandir as terras irrigadas em
até 61 milhões de hectares - o equivalente a 10 vezes o tamanho atual. A
conclusão é do estudo "Análise Territorial para o Desenvolvimento da
Agricultura Irrigada", elaborado pelo Ministério da Integração Nacional em
parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e o
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
De acordo com o estudo, o Brasil tem grande potencial para
expandir sua área irrigada especialmente na região Centro-Oeste. Porém, o que
ditará o ritmo da expansão é a demanda interna e externa pela produção de
alimentos e matérias-primas, que poderão dar ao Brasil a oportunidade de
consolidar e ampliar a importância como fornecedor de alimentos para o mundo.
GOIÁS MULTIPLICARÁ PRODUÇÃO IRRIGADA
O cadastramento das áreas irrigadas deu um novo alento a
Goiás. Sendo comemorado pelos vários segmentos técnicos da Secretaria da
Agricultura e demais parceiros envolvidos, entre os quais a Emater, Federação
da Agricultura, Federação da Indústria e Comércio, Organização das
Cooperativas, Secretaria do Meio Ambiente e Fundepec. A animação toda, é que o
potencial goiano de irrigação é cinco milhões de hectares, podendo alcançar 8
milhões de hectares. Atualmente, esse número se limita a 250 mil hectares.
Portanto, o cenário agropecuário é positivo para o Estado. Esses números
alvissareiros foram transmitidos pela superintendência de Irrigação da
Secretaria da Agricultura.
Fonte de pesquisas:
Portal Brasil, Juntos Pela Água, Agência Nacional de Águas, Emprapa. (Possui
agrupamentos de trechos de textos publicados pelas fontes citadas).
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