Geraldo Benvindo, um dos moradores de Santa Fé que fazem
hemodiálise em Goiânia três vezes por semana (Foto: Arquivo pessoal)
Além de João, fazem hemodiálise em Goiânia (mais
especificamente na Santa Casa de Misericórdia) o autônomo Geraldo Benvindo e o
desempregado Zenildo Moreira dos Santos. Até agora, a doença evoluiu pouco em
Zenildo e Geraldo, que apresentam apenas fraqueza e um pouco de tosse. No
entanto, João foi levado para uma UTI do Hospital de Campanha, em Goiânia, na
madrugada desta terça e intubado às 3h30, com falta de ar.
A professora Zeila Neves, esposa de Geraldo, afirma que os três pacientes são transportados para Capital em uma van que sempre leva outros passageiros, alheios à rotina da hemodiálise. Ela, o filho de João Alvim (Kedson Aguiar Pereira), parentes de Zenildo e os próprios pacientes dizem que já foram com insistência à prefeitura para pedir que o problema seja resolvido – tanto na antiga gestão, quanto na atual, que se iniciou em janeiro.
“A gente tá vivendo um terror. Sempre quando anoitece, eu digo: mais um dia de vitória que a gente passou. Agora, ele [o secretário de Saúde, Carlos Siqueira] pega todo mundo doente, coloca na van, a van viaja os cinco dias da semana, ela nem sempre é lavada e higienizada. Chega 19 horas e sai no outro dia, às 3h da manhã, com outra turma. E isso acontece de segunda a sexta. Só me resta pedir pelo amor de Deus, que coloque um transporte só para esses meninos. Chega”, afirma Zeila.
O Mais Goiás ouviu o vereador Antônio Carlos da Silva (DEM),
que confirmou a versão de Zeila. “A informação que eu tenho é exatamente essa.
Que os pacientes tem que ter prioridade, mas até então estava tendo alguns
encaixes de pessoas que iam para Goiânia com eles”.
O secretário municipal de Saúde, Carlos Siqueira, nega todas as acusações dos parentes renais crônicos, mas, durante a ligação, admitiu que “pode ter acontecido de uma pessoa ou outra” ter viajado com os pacientes da hemodiálise, embora afirme que, se isto aconteceu, a Secretaria de Saúde tomou todas as precauções necessárias. Carlos também afirma: “Estou à disposição. Não só da hemodiálise, mas também da hemodiálise”. O secretário diz que nunca recebeu reclamações de ninguém e que os comentários sobre transporte de pacientes renais têm “cunho político”.
Kedson Aguiar, que está em Goiânia para acompanhar o pai no
hospital de campanha, diz que o secretário não fala a verdade. “Os próprios
pacientes renais conversaram pessoalmente com o secretário e ele sempre dizendo
‘vamos ver o que que faz’, pulando fora, colocando mais gente na van”. Kedson
diz que, nos dias anteriores ao diagnóstico de covid-19, o pai viajou em um
veículo com pessoas que não são da hemodiálise. “Muito provavelmente ele se
contaminou na van”, afirma.
A reportagem tentou contato com o prefeito, mas não o
localizou.
Fonte: MAISGOIÁS.
Troca o secretário é fácil, gente q mente não pode cuidar de uma secretaria tão importante qnto a saúde. Esquece política cara.
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