Rio Araguaia - Dezembro de 2017 |
O mês de dezembro trouxe chuvas e com ela, o Ciclo da Água
se completa, depois de um dos maiores períodos de estiagem da história, trazendo de volta o gigante adormecido, o Araguaia se avolumou mais ainda
e domina majestoso por onde seu leito segue.
O cenário dominante, que se vê agora na região do Vale do
Araguaia, contraria aos que criminalizam a produção de alimentos: Está aí o Rio
Araguaia transbordando água mostrando que a natureza está viva!
É necessário mais alimentos para um mundo cada vez maior e
mais faminto.
A irrigação é a modernização da agricultura, traz consigo
maior aporte de técnicas, tecnologias, inovações, informações, conhecimento com
desenvolvimento de capacidades, é a produção de mais alimentos em menos terra,
trata-se de promoção do desenvolvimento sustentável na prática.
Rio Vermelho é importante afluente do Rio Araguaia |
Ser sustentável é integrar o ambiental ao social e
econômico, sendo que a proteção efetiva da fauna e flora, do meio ambiente em
si, passa necessariamente pela perspectiva do desenvolvimento econômico,
inclusão social e geração de empregos.
Desta forma, a irrigação aumenta a produtividade dos
alimentos básicos (do feijão, do arroz, da carne), reduz a pressão da inflação
e traz o retorno social e financeiro para a região com a melhoria e respeito
aos ecossistemas. Além disso, abre novas oportunidades de empregos de melhor
qualificação, tanto da porteira para dentro como fora dela.
A contestação de outorgas de uso da água emitidas
legitimamente pela Agência Nacional de Águas – ANA e pela SECIMA após
criteriosa análise técnica, se mostra no mínimo absurdo. Estes são os órgãos
gestores. Existe um Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos no Brasil,
fruto de uma das mais avançadas Políticas de Recursos Hídricos em nível
mundial. Este sistema merece no mínimo respeito.
A gestão das águas em nosso país realizada de modo
participativo e descentralizado por meio dos comitês de bacias hidrográficas,
planos de recursos hídricos, existe monitoramento, existem os Conselhos, portanto,
não se pode admitir a afirmação caluniosa de apropriação do coletivo pelo
particular, isto não ocorre com usos outorgados.
Rio Araguaia - Dezembro 2017 |
Para se ter ideia a vazão no rio Araguaia medida na Estação
Aruanã, segunda-feira, 18/12, às 16:00 horas, é de 1.850,56 m³ por segundo, ou 1.452,84
caixas d’água a cada segundo ou aproximadamente 2.670 piscinas olímpicas indo
para o mar a cada hora, sem trazer absolutamente nenhum benefício econômico e
social,enquanto que a vazão total outorgada representa apenas 0,4% desta água, da qual menos de 0,2% é utilizada.
Existem vários dados que demonstram que a acumulação de água
e a irrigação feita de forma correta, dentro das técnicas agronômicas com
cobertura de solo, plantio direto, etc... incrementam a vazão de mananciais,
perenizam cursos d’água antes sazonais, frontalmente contrário à afirmação, no
mínimo equivocada, senão tendenciosa, de que a irrigação “só tira, não repõe
nada”.
Sempre haverá questões e debates, muitas vezes mais
ideológicos do que técnicos, envolvendo a irrigação e seus impactos ambientais.
O fato é que a produção de alimentos irrigados é realizada com responsabilidade
ambiental e social, em conformidade com as boas práticas agronômicas e
conservacionistas e apresenta plena compatibilidade com o desenvolvimento sustentável
do vale do Araguaia e de todo nosso Estado.
A legislação ambiental, sem dúvida, trouxe avanços legais
importantes, que contribuirão para a sustentabilidade ambiental, incluindo a do
vale do Araguaia. Todavia, a legislação é relativamente nova no contexto da
produção agrícola brasileira.
Várias regiões altamente produtivas do país, como o vale do
Araguaia, precisam de tempo para se adequar à nova realidade ambiental. A
adequação não consiste apenas nas questões legais, mas também nos aspectos
técnicos e de elaboração de estudos, que na maioria dos casos demandam tempo e
recursos financeiros.
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