Deputado Alexandre Baldy |
Brasília – O deputado federal Alexandre Baldy (GO) deve ser
anunciado nos próximos dias como novo ministro das Cidades, em substituição a
Bruno Araújo. A informação foi confirmada pela Agência Estado por pelo menos
três fontes, entre elas um auxiliar do presidente Michel Temer.
Para assumir o cargo, Baldy se filiará ao PP, partido com a
quarta maior bancada da Câmara e que pressiona Temer por mais espaço no
governo. O parlamentar, que tem 37 anos, era filiado ao Podemos, mas já tinha
decidido deixar o partido, após ser destituído da liderança da legenda na Casa,
em agosto deste ano.
O nome de Baldy para Cidades foi definido no sábado, 18,
durante reunião entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O
parlamentar fluminense foi um dos principais articuladores da nomeação de
Baldy, que está no primeiro mandato como deputado federal. O futuro ministro
das Cidades é um dos aliados mais próximos de Maia na Casa.
A nomeação agrada aos principais partidos do Centrão, grupo
do qual o PP faz parte, além de PR, PSD e PRB. “É um nome que agrada a todo
mundo”, afirmou o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA). “É um
parlamentar querido”, declarou o deputado Marcos Montes (MG), líder do PSD na
Casa.
Deputado Alexandre Baldy |
O comando do Ministério das Cidades está vago desde a última
segunda-feira, 13, após o então titular da Pasta, o deputado Bruno Araújo
(PSDB-PE), pedir demissão. Ao deixar o cargo, o tucano alegou não possui mais
apoio interno no PSDB para permanecer no cargo. O PSDB já anunciou que vai
desembarcar do governo Temer até dezembro.
Outras legendas da base também cobiçavam o controle de
Cidades, entre elas, PMDB, PSD e DEM. Apesar de possuir apenas o 11º orçamento
da Esplanada (R$ 10,1 bilhões), a Pasta é cobiçada porque comanda programas com
impacto direto nas bases eleitorais, como construção de moradias, redes de
esgoto e transportes urbanos.
Para resolver a disputa, Temer deve dividir o controle do
Ministério. Pela negociação, não haverá “porteira fechada”, que, no jargão
político, significa distribuição de todos os cargos de um Ministério para um só
partido. A ideia é dividir os cargos de ministro e o comando das secretarias de
Habitação e Saneamento, as principais da Pasta.
A saída de Araújo levou Temer a antecipar a reforma
ministerial que só pretendia fazer no início do próximo ano. Inicialmente,
Temer queria fazer um reforma ampla, obrigando todos ministros que serão
candidatos em 2018 a já entregarem os cargos em dezembro. Após resistência da
base aliada, contudo, deve fazer uma reforma pontual.
Além de Cidades, Temer deve anunciar nos próximos dias o
novo ministro da Secretaria de Governo. O cargo é ocupado atualmente pelo
deputado licenciado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que pode ser realocado para
outra Pasta. O nome mais cotado para substituir o tucano é o ex-deputado João
Henrique Souza (PMDB-PI).
Baldy (sem partido-GO) participou de reunião na tarde deste
domingo entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ). Além dele, os ministros
Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Antonio Imbassahy (Secretaria
de Governo) também participam do encontro neste domingo na residência oficial
da Câmara, em que se discute a reforma ministerial.
SECRETARIA DE GOVERNO
Segundo auxiliares, Temer já decidiu trocar o atual titular
da Secretaria de Governo, o deputado licenciado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). O futuro
dele, porém, ainda é incerto. O tucano pode ser realocado para o Ministério da
Transparência ou Direitos Humanos.
Como adiantou o Broadcast Político, a bancada do PMDB de
Minas Gerais quer emplacar o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) como substituto de
Imbasshy. O nome foi levado a Temer na semana passada pelo 1º vice-presidente
da Câmara e coordenador da bancada mineira, Fábio Ramalho (PMDB-MG).
“A bancada de Minas sugeriu o nome do Mauro Lopes. Levei ao
presidente e ele viu com bons olhos”, afirmou Ramalho ao Broadcast Político,
serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. O peemedebista se reuniu com
Temer na última terça-feira, um dia após o presidente anunciar que estava
articulando uma reforma ministerial.
Segundo Ramalho, Lopes se comprometeu a não ser candidato em
2018, caso seja escolhido ministro. O deputado está no sexto mandato
consecutivo na Casa atualmente. Ele já foi ministro da Secretaria da Aviação
Civil (SAC) por um mês em 2016 e deixou o cargo na véspera do impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Fonte: Exame.com
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